Monólogos
Os monólogos que se encontram nesta página tem temáticas bastante atuais e são uma ótima ferramenta para estudos e práticas de interpretação tanto para teatro quanto para TV e cinema. Sinta-se livre para utilizá-los à vontade dento das indicações apresentadas ou adapte para exercícios de criatividade, como preferir. Os textos estão disponíveis gratuitamente e é uma grande satisfação oferecê-los a você, lebrando que esta é a página dos monólogos 01 e que em outras páginas do site estão disponíveis os MONÓLOGOS 2 e DIÁOLOGOS com a mesma finalidade que esta, a de oferecer material para alunos, atores e atrizes que queiram exercitar suas práticas de interpretação. Lembrando, também, que o gênero que estes textos contemplam é o dramático. Caso os textos venham a ser gravados e postados ou apresentados em público, peço apenas que se lembre de dar os devidos créditos, e não esqueça de me marcar no post, vou adorar assistir ao seu trabalho. De tempos em tempos estarei abastecendo a página com novos textos. Comente, compartilhe, deixe a sua opinião e se tiver dúvidas, é só perguntar.
Ah... se quiser baixar os textos, eles estarão disponíveis no final da página, é só clicar no botão com a descrição BAIXAR PDF!
Me siga, também, nas redes, lá tem muitas outras dicas pra você!
Monólogo 1: DEPRESSIVO (Atriz/Ator adolescente ou adulto) – Autora: Ranah Tesch
* Este texto pode ser encenado tanto para personagens com perfil adolescente quanto adulto, basta trocar as frases que estão entre parênteses - Adolescente: a minha mãe diz - Adulto: as pessoas dizem. Mas, atenção, este texto é cheio de pausas dramáticas e quebras (mudanças) de intenção que se usados na medida certa, vão comover seus espectadores. Boa sorte!
Eu não quero sair do meu quarto! Eu não quero ver ninguém, me deixa em paz! Será que ninguém me entende? Não me interessa se o dia tá lindo lá fora... Esse sol me incomoda... meus olhos doem... eu odeio isso! A única coisa que eu quero agora é dormir. Eu queria poder dormir... dormir... e não acordar nunca mais... Se eu pelo menos pudesse sumir daqui... Eu queria poder fechar os olhos e desaparecer da face da terra pra sempre! Toda vez que eu tento fazer o que as pessoas dizem (a minha mãe diz)... que eu tento sair e encontrar gente nova, fazer novos amigos, não dá certo... eu não sei porque as pessoas vivem sorrindo... isso me irrita... eu não quero ter novos amigos... eu nunca tive um amigo... Droga, toda vez que eu penso nisso a minha cabeça dói... os meus pensamentos aceleram e parece que eu vou explodir... Chega!!! Eu não quero saber de conselho de ninguém! Ninguém me conhece... ninguém sabe o que eu sinto... Eu não quero mais isso! Eu não quero mais sentir isso! Essa droga de vida não faz sentido... Eu não aguento mais... Eu não quero mais viver...
Monólogo 2: SACO DE PANCADAS (Atriz/Ator Adolescente) – Autora: Ranah Tesch
Droga! Droga! Droga! Eu não aguento mais! Eu queria poder quebrar a cara de um desses idiotas! Ter que ficar me escondendo... Fugindo o tempo todo pra não ter que aturar a zoação desse bando de sem noção! Eu não aguento mais esses idiotas, não aguento mais essa escola! Não aguento mais essa vida! Por que que meus pais não me ouviram quando eu disse que não queria mudar pra essa cidade horrível? Mas não... Eles só se preocupam com eles mesmos. Me obrigaram a vir pra esse fim de mundo onde eu não conheço ninguém e pra piorar eu ainda virei o saco de pancadas da escola. Não... Não dá mais pra viver desse jeito... Eu quero voltar pra minha casa de verdade... Quer saber? É isso mesmo que eu vou fazer... Vou voltar pra minha casa... Ahhh... Droga!!!! Como que eu vou fazer isso se eu não tenho um centavo? Até o dinheiro do lanche tiram de mim quando entro nessa porcaria de escola! Dane-se, eu vou dar o meu jeito... Aqui eu não fico mais... Não quero nem saber o que os meus pais vão pensar... Aliás eles não tem nem que saber, tão pouco se lixando pra mim mesmo... Ah... Eu já decidi... Eu quero mais é que todo mundo se dane, mas aqui nessa droga de cidade eu não fico nem mais um dia!
Monólogo 3: SEPARAÇÃO (Atriz/Ator Adultos) – Autora: Ranah Tesch
Não tô acreditando, semana passada a gente tava fazendo planos pro nosso casamento. E agora você vem com essa? Como assim não tem certeza do que tá sentindo? Não... Não tem essa de tempo... Não existe isso... E aquela história de que era pra sempre? De que a gente era alma gêmea? Aliás você sempre dizia isso... E agora você vem dizer que tudo acabou... Que você precisa de um tempo só pra você. Impossível, impossível não ter ninguém mais no meio dessa história. Ninguém deixa de gostar assim, do nada! Eu só não consigo entender como uma pessoa muda tanto assim, da noite pro dia. Quer saber? Eu tô é com muita raiva de mim mesma... Por ter sido tão idiota. E, tô com mais raiva ainda... Porque isso tá me fazendo tão mal. Passamos por tanta coisa juntos... Passamos por cima de tanta coisa por nós. E agora você vem com essa... Tanto tempo jogado fora. Eu espero que você tenha muita certeza do que você tá fazendo, porque não vai ter volta! Comigo não vai ter volta, nunca mais!
Monólogo 4: FRACASSO (Atriz/Ator Adultos) – Autora: Ranah Tesch
Eu não acredito que eu me esforcei tanto, me dediquei a esse emprego por tanto tempo pra isso... No momento mais importante da minha carreira... Ela não podia fazer isso comigo, essa promoção tinha que ser minha! E quem é essa tal de celina maia? Do nada ela aparece e passa por cima de todo mundo. Sabe o que ainda é pior nisso tudo? É que eu não tenho coragem de contar pra minha família, como eu vou falar uma coisa dessa pra eles? Depois de tantas festas de aniversário perdidas, tantos finais de semana trabalhando... Tanto esforço pra nada! Ai, meu deus... Eu nem acredito que... Não faz nem dois meses que nos mudamos pra casa nova... A casa dos meus sonhos... O sonho de uma vida virou cinzas, assim, do nada... Sem emprego não vai dar pra continuar morando lá... Sem emprego eu nem sei o que vou fazer agora. Droga! Sabe qual a pior parte? É que agora eu vou ter que ouvir de novo do meu pai que eu sou um fracasso...
Monólogo 5: ABANDONO (Atriz Adulta) – Autora: Ranah Tesch
Tem coisas que não dá pra entender nessa vida. Eu sou mãe de seis filhos..... É, eu sou mãe de seis, uma escadinha e posso te garantir que eu amo cada um deles. Eu sempre fui uma mulher sozinha e nunca tive ninguém pra me ajudar. Amamentei cada um até eles completarem um ano de vida... Cuidei deles quando estavam doentes, passei muitas noites sem dormir... cada hora acordava um chorando... Você sabe o que é ficar semanas sem dormir? Uma vez o meu filho mais velho caiu e quebrou o pé, de tanta dor ele não conseguia dormir e eu fiquei ali, vinte e quatro horas com ele, sem dormir. E, ainda tinha que cuidar dos outros cinco. Mas eu sempre quis uma vida diferente pros meus filhos, por isso, eu lutei com todas as minhas forças pra que eles estudassem. E, também sempre fiz questão deles andarem limpinhos, perfumados, com roupinha nova... roupinhas que eu mesma fazia. Ensinei a serem educados, a falarem bom dia, boa tarde, obrigado, por favor... Eu não me arrependo de nada disso, se eu tivesse que fazer de novo, faria tudo outra vez! Eu acho que valeu a pena toda a minha luta, porque hoje eu sei que eles estão bem, estão encaminhados, felizes com suas famílias, esposa, filhos... Isso é o que importa pra uma mãe... O que mais uma mãe pode querer? Não é ver seus filhos felizes? O que me deixa um pouco triste é a saudade que eu sinto deles... o tempo passa muito rápido... o meu caçula já tá com dezenove anos. E, desde quando eles foram embora... cada um foi indo de uma vez e... eles não voltaram mais. Eles foram embora da minha vida e da minha alma. Às vezes eu sinto um vazio, um buraco. E, eu fico perdida, não sei nem o que fazer... Fico pensando, no tempo quando eles eram crianças... minha vida era muito agitada... Hoje, eu fico olhando pela janela na esperança de... A minha vida hoje, é só ficar olhando essa janela.
Monólogo 6: FUGA (Atriz/Ator Adolescente) – Autora: Ranah Tesch
Me deixa em paz! Eu não quero voltar pra casa! Eu tô muito bem aqui onde eu tô! Eu prefiro dormir na rua que voltar praquele lugar! Pelo menos na rua, se alguém tentar me bater eu posso sair correndo... aliás, quando eu começo a correr, meu irmão, ninguém me pega. E eu também não tô passando fome não, sempre tem alguém que compra um biscoito pra mim quando eu não vendo nada! Eu não quero voltar pra casa! Tá vendo isso aqui? Foi pra não tomar uma paulada na cabeça que eu quase fiquei sem braço. Pior é que eu nem sei porque aquele filho da mãe me bateu... Todo dia ele chegava bêbado e queria bater na gente... Minha mãe não deixava e quem acabava apanhando era ela... Só que teve uma vez que eu não aguentei ver aquilo de novo... eu não aguentava mais ver a minha mãe apanhando todo dia, todo dia, daquele bêbado nojento... Eu empurrei ele... empurrei com tanta força que ele bateu a cabeça na parede e apagou... Eu tava com tanta raiva... Depois daquele dia nem eu nem meus irmãos tivemos mais sossego... Minha mãe? Coitada, depois de bater nela, ele trancava ela no banheiro e dava uma surra na gente. O único jeito da gente não apanhar era ir pra rua e só voltar depois que ele apagava de tanta cachaça. Quando ia ficar de noite, eu pegava meus irmãos e a gente ia pro campinho pra esperar a hora passar... Mas teve uma vez que ele chegou mais cedo... Eu tava dormindo... Eu só me lembro de levar um puxão muito forte e bater no chão... quando eu abri o olho, eu vi ele com um pedaço de pau enorme na mão... ele levantou o pau e bateu em mim com toda força... eu levantei os braços pra tentar me defender... Eu acordei no hospital com dor de tudo que é lado e jurei pra mim mesmo que nunca mais ia voltar praquela casa!